domingo, 13 de dezembro de 2009

Jazigo


A minha volta pra casa foi depressiva e cheia de mistérios que até hoje jazem ocultos mas que subitamente me assaltam a qualquer momento e em qualquer que seja o lugar .
Minha sanidade que já era curta tornou se mínima, o meu silencio e meu semblante aos olhos dos demais era vazio, mas internamente um tormento dilacerava minha alma e infligia meu ser espiritual onde eu implorava por esmolas de razão nenhuma. Um enfermo aflito, era a isso que eu me resumia, a ser um transcendente em um mundo paralelo onde as parábolas eram impostas por meus demônios internos, gárgulas, que nutriam minhas intranqüilidades e incertezas, maquiavélicos que são, apoderam se de minha mente e ali montaram uma espécie de  acampamento obscuro que por falha de minha própria pessoa ocupavam se por severas horas em diminuir minha existência fazendo com que o céu caísse pesadamente sobre meu espírito, fiquei cego; maltratei meu organismo e acordei inúmeras vezes durante a matina abraçando os travesseiros e rolando na cama.
Esqueci de minha vida e travei guerra comigo mesmo, onde minha matéria prima era a coerência que me ajudou trancafiar minhas emoções.
O amor é complexo demais, nocivo e destrutivo a quem assim o assimila, não existe paradigmas para esse sentimento e outros tantos, notei esse fato ao perceber que perdia o controle sobre minhas BPM e que tinha um dispositivo externo que me assombrava ao solicitar atenção. O telefone. Ele que me trazia a indicativa que eu ainda não estava totalmente curado.
Mas estou ativo, pedindo proteção e sempre com os pés no chão, deixando que eles fiquem submersos no mar da falsidade enquanto eu navego em busca de sagacidade. Minha raiz e o que me determina, não me questiono mais o porquê, nem ao menos se de fato algo me compensou.
Vou mentir se aqui escrever que pra mim tudo é passado e assim botaria em risco toda credibilidade das demais linhas que escrevi através da ponta de minha caneta vermelha, não posso ser falso comigo mesmo não teria sentido transpor tais sentimentos se os mesmos não fossem puramente verdadeiros. Existe sim um pedaço seu dentro de mim, que de acordo com o clima aflora tornado se maior e intenso a ponto de castigar meu peito; e onde eu regresso ao fundo de minhas memórias, enquanto a ampulheta avança despercebida sem que o vazio de meu olhar possa perceber.
Talvez eu preferisse ter ido a Bagdá e sangrar na guerra estúpida dos mortais ao invés de encardir minha carne com as impurezas que me foram ofertadas e muito bem vindas pela minha consciência que se encontrava fragilizada e autodestrutiva. Mas quem nunca sofreu por alguém especial? E julgou se indestrutível e acima de qualquer sentimento terreno e irracional? Quem?
As neuroses são um caso a parte, pois ao ser transportado ao mundo de Morfeu você não tem controle sobre absolutamente nada, é torna se vitima de seus devaneios e suas paixões que lhe são impostas de forma imparcial sem que você consiga se desvencilhar, e o plano de ocultar a emoção e seguir a razão pode sucumbir em uma noite perturbadora onde se acorda de súbito dentro da vida que sempre foi sua.   


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